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terça-feira, 24 de setembro de 2013

RODA DO ANO BIDIRECIONAL E/OU MISTA

RODA DO ANO BIDIRECIONAL E/OU MISTA
 
 
 
A questão central: porque celebrar? Porque celebramos?
Vamos a la Jack O Estripador... A celebração serve para nos reconectar com as energias primordiais, ou seja das Divindades, quase um sincronizador. Serve para reajustar nossas vibrações energéticas com as que estão movimentando o funcionamento da Natureza e das Leis Naturais.
 
Até mesmo cientificamente, sabe-se que a movimentação energética e magnética da Terra é diferente de um hemisfério para outro. Se pensarmos nas energias relacionadas com as celebrações de forma centralizada, podemos nos deter apenas no conceito de egrégora e na esfera que engloba esta prática.
 
Porém se pensarmos de forma mais universal, girar pela Roda Norte estando no Sul, estamos indo contra a corrente, pois o fluxo de energia vem do Polo Norte e desce para os Trópicos. Assim como no Sul, as energias vão do Polo Sul para os Trópicos. Tudo funciona a partir deste conceito, as energias retornam ao núcleo e um novo ciclo se inicia.
 
Se estamos banhados de energias relacionadas com o Inverno e celebramos o Verão podemos estar tentando incendiar a água ou jogando água no fogo. Porém temos a variante egrégora que acredito que já esteja bem estabelecida e com disciplina e perseverança podemos sim nos equilibrar com este método e o fluxo de energia, como um peixe que aprende a nadar contra a corrente. Podemos infelizmente não ter um ajuste ideal ou uma reconexão ideal com o propósito real da celebração.
 
Porém nossas habilidades mágicas estão ai para nos ajudar. Existem muitas variantes, por exemplo, mesmo que estejamos no Verão escaldante podemos estar passando por um Inverno congelante em nossa vida. A outra questão é essa: há variáveis que podem nos permitir ou até mesmo nos obrigar a girar na Roda oposta ou mesmo numa Roda Mista??
 
Eu, pessoalmente, creio que sim. Não de forma geral, mas individual. Cada um com seus pormenores. A capacidade de lidar com energias muito diferentes ao mesmo tempo, a capacidade de compreender, conectar-se, desligar-se e manipular as simbologias envolvidas e a representatividade dos potenciais divinos.
 
Assim como alguém do Sul pode viver lindamente celebrando a Roda Setentrional, uma pessoa pode trabalhar com as duas direções simultaneamente atentando-se apenas às necessidades, simbologias e potenciais divinos.
 
Outro aspecto é aprender a direcionar cada energia manipulada, gerada, absorvida e interagida para os aspectos corretos de nossa vida. Por exemplo, celebramos o Imbolc e nos detemos aos aspectos que se conectem com esta época, a do plantio das sementes, alimentar aquilo que está em fase de tomada de decisões, plantar projeto para colher sucesso. Mas ao mesmo tempo temos o Lughnasadh, onde vamos então nos concentrar na colheita daquilo que foi plantado a pouco, momento de agradecer pelas dádivas e todo o resto, bom ou ruim.
 
Se o Bruxo em questão tiver grande disciplina, conhecimento e souber lidar bem com os aspectos em questão, porque não celebrar por uma Roda Bidirecional. Porém não creio que uma Mista (ou Bidirecional) possa ser celebrada aleatoriamente, por exemplo, de acordo com o momento, por condições sejam qual forem. Acredito que deve haver um padrão e começar a vibrar a partir disso.
 
Parece uma ideia utópica e incoerente para alguns, porém são energias e com estas podemos aprender a lidar com elas de um jeito ou de outro. Fica a critério e capacidade (ou necessidade) de cada um.
Eu sou sujeito em falar muito, pois acho melhor cada um rodar na Roda do seu hemisfério. Os Celtas celebravam de acordo com as estações, focando na colheita e nos costumes. Não se focavam se estavam no Sul ou no Norte. Mesmo que tenha demorado muito para aceitarem o conceito de Terra redonda, creio que muito povos tinham uma noção desta realidade. Mas...
 
Quanto às interferências energéticas e possíveis prejuízos, não acredito que algo assim se dê a longo prazo, apenas nos sujeita a períodos de adaptação. Portanto, eu com meus raciocínios malucos, creio ser possível girar a Roda como mandar os princípios de cada um, contanto que respeite as simbologias e saiba o que está fazendo.
 
Uma dica importante é compreendermos o seguinte: Por exemplo, durante o Inverno estamos sujeitos a menos energias vindas do Sol, portanto celebrar o Verão, o calor, o fogo não é nada inválido, porém possivelmente menos eficaz por quem está sendo banhado com muito mais brilho solar. Porém isso é muito relativo. Apenas pelo mesmo motivo que não vamos celebrar com um Ritual de Lua Cheia na Lua Minguante ou Nova ou mesmo na Crescente. Como disse, só uma dica e puramente opinião pessoal.

SIMBOLOGIA NAS CIÊNCIAS

SIMBOLOGIA NAS CIÊNCIAS
 
 
(ps: se apontar aquela curiosidade, pesquise pelas imagens)
 

Sim, ciências atuais só pelo fato de serem praticadas até hoje ou por terem sido regulamentadas (como a Enfermagem, por exemplo). Mas são tão antigas que se perde as contas.
 
A questão que me chamou a atenção foi o fato de muitos símbolos usados por ciências praticadas até hoje, inclusive formando grandes profissionais, tem como símbolo algum que tem sua origem ou base em alguma cultura pagã, seja em ritos, cultos, culturas....
 
Muito interessante que isso mostra que o Paganismo num detalhe ou noutro influencia até hoje com grande importância na cultura mundial atual.
 
Símbolos como da Medicina, Farmácia, Ciências Contábeis, Direito, Psicologia, por ai vai.
Uma coisa interessante é o símbolo chamado Caduceu, muito relacionado ao Ocultismo e Magia, pertence as Ciências Contábeis. Mas o símbolo do Caduceu (relacionado à Hermes/Mercúrio) é mostrado de duas formas. Com um bastão com um globo na ponta ou com uma forma circo-retangular (parece um chapéu pirata) com o símbolo que lembra um pouco o naipe de Paus ou Espada (do baralho) no centro. Em alguns este bastão parece até mesmo um punhal apontando para baixo.
 
As relações são tão marcantes, com um simbolismo tão interessante e muitas vezes tão bonito que nos faz refletir sofre estas influências pagãs. Lembrando que estas ciências algumas datam até milhares de anos antes do nascimento de Cristo como a Matemática.
 
Lógico que nem todas que colocarei aqui tem relações com culturas pagãs em sua simbologia, mas possui uma simbologia interessante e muitas vezes lembra alguma coisa do Paganismo Antigo. Mas uma simbologia acaba por se basear na simbologia de outra ciência, por exemplo, o símbolo da Fisioterapia possui alguns aspectos do símbolo de ciências médicas diversas.
 
Uma cidade de Portugal chamada Póvoa de Varzim possui como símbolo-brasão da cidade uma imagem com uma simbologia muito bonita.
Âncora : Símbolo da Segurança no Mar

Cruz e Rosário : Representativos da grande Fé dos povos da Região
Sol e Lua : Elementos sempre presentes na vida dos Pescadores
Póvoa de Varzim é uma cidade antiga, de milhares de anos, até mesmo muito antes de Cristo nascer já era povoada. Possui tradições firmes e muito interessantes, até mesmo na questão de Magia. Possuíam uma forma de escrita usada principalmente pelo povo pesqueiro. Chamada de Siglas Povoeiras ou Masseiras (Masseira é um tipo de agricultura cultivada unicamente no mundo nesta região de Póvoa de Varzim).
PS: pesquise outros como "Freguesia de Fafe" e "Santo Tirso"
 
A questão das simbologias de representação de diversas ciências nos remete muitas vezes a um passado muito distante e muitas vezes a ícones e culturas antiguíssimos da humanidade.
O símbolo de representação da Medicina é um chamado Bordão de Esculápio, um símbolo da Grécia Antiga que representava cura de doentes através da Medicina e relacionado a Astrologia. A figura remete a um bastão (geralmente de madeira, lembra até uma varinha mágica rsrs) envolto por uma serpente. A serpente tem sua ponta da calda voltado para o lado esquerdo e a cabeça para o direito. Este símbolo é a representação do Deus da Medicina Asclepius, posteriormente chamado Esculápio.
 
Bordão de Esculápio:
"O Bordão de Esculápio simboliza as artes curativas, combinando a serpente, cuja mudança da pele é símbolo de renascimento e fertilidade, com o bastão, símbolo da autoridade digna do Deus da Medicina." Fonte: Wikipédia
 
Já o Caduceu, relacionado com as Ciêncas Contábeis, foi relacionado a Medicina graças a um editor renomado chamado Johan Froede no século XVI ter pegou o Caduceu como representação de sua editora, que por sinal publicava artigos sobre Medicina com créditos a Hipócrates e Aetius de Amida. Outros editores na Inglaterra e EUA começaram a usar tal símbolo relacionando-o com a Medicina, ajudando assim a difundir a relação medicina-caduceu.
 
O Caduceu também tornou-se símbolo de representação do Departamento Médico da armada americana, simbolizando e identificando não-combatentes. Mas em vários lugares do mundo na área médica militar usa-se ainda o Bordão de Esculápio (ou Asclépio).
 
Tanto o Caduceu como o Bordão de Asclépio possui diversas modificações representando diversos órgão e sociedades médicas. Por exemplo a Associação Paulista de Medicina o bastão foi trocado por uma espada. Da Escola Paulista o bastão é o próprio tronco de uma árvore. Da Sociedade Espanhola de Medicina do Trabalho, o bastão sai e entra uma chave inglesa como símbolo do trabalho.
Muito relacionado com a Medicina em geral, o Caduceu é mesmo muito usado por hospitais.
 
FISIOTERAPIA
Com uma similaridade com muitos símbolos ligados a medicinas diversas. Trata-se se duas serpentes (como do Caduceu de Hermes) envolvendo um raio, que trata-se da nossa coluna.
 
FÁRMACIA
O símbolo desta ciência tem origem na Grécia Antiga também, é representado com uma serpente enrolada em uma taça com a cabeça virada para baixo. A cobra é o poder e a taça a cura. Também uma referência sobre o que vem da questão veneno e antídoto, ou mesmo que às vezes do veneno é que tira-se o antídoto e por ai vai.
 
OPTOMETRIA
Ramo da Oftalmologia que tem o Caduceu, mas em vez de um Globo temos um olho. Optometria estuda a capacidade da visão, ou seja, mede a visão do paciente.
 
NUTRIÇÃO
Um brasão com um escudo e no interior uma balança com uma, adivinhem... uma serpente enrolada. Sob o escudo ramos acredito eu que de folhas de louro, ou talvez de oliveira.
 
MEDICINA VETERINÁRIA
Adivinhem novamente... está aqui o Bordão de Esculápio, símbolo da Medicina e sob ele uma letra romana V ("ve") envoltos por um hexágono. Novamente vemos aqui um símbolo que representa os lados positivo e negativo do Ocultismo, também podendo ser a representação tanto do céu como na terra, em cima e embaixo.
 
PSICOLOGIA
Um símbolo pra lá de interessante... dentro de uma elipse (círculo oval) está aqui mais uma variação do Caduceu. Mas aqui a representação da elipse é o espelho, ou seja a alma. O Caduceu numa versão um tanto interessante, pois não temos aqui um bastão e sim algum tipo de suporte ou base com dois "chifres" saindo deles formando assim um tridente. Que por sinal é símbolo de Poseidon, Rei das Águas, e água relacionada com que?? Heim? Com a cura.
Olhe como as serpentes ficam bem de frente como se fossem o reflexo uma da outra.
 
ODONTOLOGIA
O símbolo é só uma adaptação do Bordão de Esculápio. As mudanças ficaram para o bastão que foi substituído por um pedaço de madeira com a ponta de baixo mais fina que a ponta cima, lembrando assim um dente. A serpente para variar está presente.

DIREITO
Aqui sim há aquela grande confusão. Muitas divergências existem sobre quem realmente é a Deusa que representa o símbolo do Direito. Nesta simbologia vemos uma deusa segurando uma balança e uma espada. Com a mão direita segura a espada e com a esquerda uma balança com dois pratos.
 
As versões começam por Dikê, deusa filha de Zeus e Thémis. Thémis é a deusa guardiã dos juramentos e das leis dos homens, portanto relacionada com o Direito e à Justiça. Dikê é a deusa do julgamento e da justiça, vingadora de violações das leis. Na mitologia romana sua correspondente é a deusa Iustitia.
 
A espada aqui representa a força e a balança representa a igualdade de direitos. Dikê é representada com olhos bem abertos, enquanto Iustitia dos romanas com olhos vendados.
Há até quem diga nesta confusão que a Deusa seria Atena, por ser esta a Deusa da Justiça. Mas está é a deusa da justiça sim, mas nas guerras e nas disputas.
 
Aliás qual seria a deusa então? Dikê, segundo estudiosos de Direito, apesar de muitas assimilarem Thémis. Talvez pela associação de Dikê coma vingança como meio de fazer justiça.
 
ZOOTECNIA
Poe exemplo a Zootecnia atual assimilou um símbolo composto por uma engrenagem e dentro desta a letra Z e um trevo de três folhas (também considerado um presente dos deuses oferecidos com símbolo de graças, não que a Zootecnia assimile este conceito, não tenho esta informação).
 
ENFERMAGEM
Uma lâmpada (aquela do Aladin mesmo, não a incandescente que usamos) envolto por umaaa..... serpenteeee. No meio a Cruz de Malta, antigo símbolo da Medicina. Já a simbologia da Lâmpada eu nem faço ideia o que quer dizer.
 
PORQUE A SERPENTE?
Bom mitologias em volta deste animal não faltam. Mas no caso das ciências diversas, relaciona-se com o mito do Deus Asclépio (Esculápio) onde ele mata um serpente com um bastão de madeira. No mesmo lugar onde matara a servente nascia outra no mesmo lugar (assim do nada), mas esta outra serpente trazia em sua boca uma erva que seria assim o antídoto contra seu veneno.
 
Uma das simbologias do Bordão de Esculápio da Medicina, pelo fato da serpente ter a ponta do rabo virado para o lado esquerdo já na parte de baixo no fim do bastão e a cabeça dela virada para o lado direito no topo do bastão, tendo a serpente como símbolo da morte e até mesmo da sobrevivência em sua simbologia, podemos entender que esta posição da cobra refere-se também ao fato de um médico responsabilizar-se por seu trabalho desde o nascimento de um paciente até sua morte, do seu adoecimento até sua cura e por ai vai... gente pesquisem... é fantástico e pode acrescentar muito para nós na Magia em geral. É importante (muito mais para quem usa oráculos, sonhos e intuições) para entendermos muito mais o simbolismo das coisas... para que possamos melhor compreender aquilo que nos é passado através de sinais e simbologias.
FONTES: Wikipédia e sites diversos
 
RESUMO
Todas estas simbologias pagãs já causaram muito alvoroço em muitas profissões. Muitos evangélicos protestantes já reclamaram e já se negaram a usar estes símbolos como representação de suas profissões pelo simples fatos de suas origens pagãs, em especial Medicina e Direito.
 
Em minhas pesquisas me deparei com um médico evangélico protestou contra o uso (não ouvido, claro). Dizia ele que tais símbolos deveriam ser banidos das profissões, em especial da Medicina.
A verdade é que muitos se sentem incomodados, mas mal sabem que muito da cultura pagã antiga está tão fortemente impregnado em nossas vidas (inclusive na Bíblia judaico-cristã) que nem mesmo são mais notados.

BRUXARIA, KARMA E EVOLUÇÃO


BRUXARIA, KARMA E EVOLUÇÃO
 
 


 Há muito tempo venho vendo pessoas dizendo que karma e evolução espiritual nada tem a ver com Bruxaria, muito menos com Wicca. Porém são ao mesmo tempo muito falados por bruxos de muitos caminhos.

Quando falamos de karma (ou carma) no sentido esotérico (carma) dificilmente vemos espaço para ele na Bruxaria, porém o seu significado original, vindo da cultura hindu, tem tudo e mais um pouco a ver com práticas da Bruxaria e afins.

Não podemos misturar as definições assim como a confusão com Dharma também muito feita. O Dharma seria então apenas um opcional, pois se trata de uma doutrina de valores e comportamentos de forma ética e moral, ou seja, segue quem quiser, tanto que muitos seguidores das idéias de "karma" não se confraternizam com o "dharma".

Muito da cultura hindu se fundiu aos mais diversos ramos místicos, assim como religiões ditas místicas, pagãs e em especial às politeístas. Até mesmo na Wicca temos muito disso, pois não é raro o culto de divindades hindus por wiccanos.

Como podemos ver num texto de Scott Cunninghan, onde ele fala do karma, ele nos explica a questão da confusão feita com o termo:

"Existe um fenômeno que atua como auxiliar no aprendizado das lições de cada existência, o qual é chamado de carma. O carma e geralmente mal compreendido. Não é um sistema de recompensas e punições, mas sim um fenômeno que orienta a alma em direção a ações evolutivas. Destarte, se uma pessoa pratica ações negativas, receberá ações negativas em troca. O bem atrai o bem. Com isto em mente, sobram poucos motivos para praticar atos negativos.

Carma significa ação, e é desta forma que atua. Como uma ferramenta, não uma punição. Não há como "apagar" o carma, assim como nem todos os eventos aparentemente terríveis de nossas vidas são um subproduto do carma." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

Neste trecho ele nos fala bem sobre karma e inclusive cita sobre evolução. Em outro texto dele, ele nos fala mais de evolução a nível espiritual:

"Os Wiccanos enfatizam os aspectos brilhantes das deidades porque isto nos dá um propósito para crescer e evoluir aos aspectos mais elevados da existência. Quando a morte, a destruição, a dor e a ira surgem em nossas vidas (o que é normal), podemo-nos voltar para a Deusa e para o Deus e saber que isso é também uma faceta deles." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

E mais:

"Isto é de suma importância para o pensamento Wiccano: nós decidimos o desenrolar de nossas vidas. Não há deus, maldição, força misteriosa ou destino sobre o qual possamos atirar a responsabilidade pelos fatos de nossas vidas. Nós decidimos o que precisamos aprender para evoluir e, então, espera-se, durante essa reencarnação, trabalharmos em busca desse progresso. Caso contrário, regressamos às trevas." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

Em outro trecho ele nos fala algo que soa bem com minhas ideias sobre o assunto:

"Carma significa ação, e é desta forma que atua. Como uma ferramenta, não uma punição. Não há como "apagar" o carma, assim como nem todos os eventos aparentemente terríveis de nossas vidas são um subproduto do carma." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

Como citei em outra postagem, nem tudo é efeito que tem causa no que fazemos ou deixamos de fazer. Sobre evolução, Cunningham ainda nos acrescenta no mesmo livro:

"A pergunta final: o que ocorre após a última encarnação? Os ensinamentos da Wicca foram sempre vagos quanto a isso. Basicamente, os Wiccanos dizem que após subir a espiral da vida, morte e renascimento, as almas que atingiram a perfeição liberamse para sempre desse ciclo e coabitam com a Deusa e com o Deus. Nada é desperdiçado. A energia residente em nossas almas retorna à fonte divina da qual se originou."

Cito apenas Cunninham neste seu livro, por servir de base para muitos iniciantes e para muitos bem formados também, apesar de não agradar todos, suas ideias não diferem muito de outras publicações.

No tarot, por exemplo, temos representações que nos falam muito sobre evolução, como exemplo, a carta O Juízo Final.

Em um texto sobre Wicca da autora Karina Oliveira Bezerra em "Conhecendo a Wicca: princípios básicos e gerais" ela nos cita um trecho interessante:

"Todas as formas de vida são respeitadas na Antiga Religião. Tudo possui igual importância. A única diferença é que as coisas estão meramente em diferentes níveis de evolução dentro dos Quatro Reinos. Os humanos não são mais importantes do que os animais, que não são mais importantes do que as plantas e assim por diante. Vida é vida, não importa que forma física ela adote em um determinado tempo. Somos todos parte da mesma criação e tudo se conecta e se une." (GRIMASSI, 2002, p.42)

Aqui ela nos mostra as mesmas ideias expressadas nos livros de Cunninham. Muita gente, em especial alguns wiccanos, sentem-se chocados quando questões, pensamentos e definições vindas de religiões e culturas orientais são associados a Wicca, mas o que muitos esquecem é que a formação iniciática de seus fundadores se deu baseada em muitos conceitos orientais, assuntos que eram muito difundidos entre o século XIX e XX, sendo amplamente aplicados em diversas linhas religiosas pelo seu alto grau de espiritualidade, comprometimento devocional e coerência.

Outra coisa que choca muitos bruxos, em especial os wiccanos, é o fato de conceitos de ordem espírita difundidas por Allan Kardec estarem tão impregnadas no entendimento de muitos bruxos e místicos no geral. Na época das primeiras publicações espíritas na França e em outros locais da Europa, o Espiritismo surgia com modéstia entre muitas outras doutrinas e formas de pensamento, partilhava em grande parte dos espaços de discussões da época com assuntos ligados à religião (seja cristã ou não) que fugiam das formas de Catolicismo e de grupos protestantes (luteranos ou não).

Sendo assim, muito do que é hoje bem conhecido como Doutrina Espírita, difundida lindamente por vários outros divulgadores desde Kardec, teve muitos de suas práticas, ensinamentos e pensamentos filosóficos mesclados com várias outras formas de entendimento da época. Apesar de já um tanto distante da Inquisição, muitas coisas ainda eram estudadas, divulgadas e praticadas na escuridão e muito dependiam da companhia de outros grupos com outras formas de pensamento.

Muitos divulgadores de ensinamentos místicos e religiões (não Católicos) acabaram que compartilhando com outros seus conhecimentos e formando assim linhas de pensamentos e práticas que são hoje bem difundidas. Uma delas foi a Wicca, que apesar de focar na Antiga Arte, aderiu muito de outras culturas e ensinamentos.

Muita gente não conhece a história, mas na Turquia muito era praticado religião ocidental, em especial as influências romanas e gregas e tratando-se de Turquia, a influência oriental era muito forte (como ainda é hoje). O cenário turco era inclusive muito importante na época, tendo cultos próprios e onde se localiza o Templo de Artemis (o maior da época) que era na época uma das maravilhas do mundo antigo, localizado em Efeso, cidade antiga greco-romana, também conhecida por suas lutas de gladiadores.

A Wicca por si mesma, deixa muitas lacunas a respeito de muitos assuntos, talvez por isso muitos acabam buscando resposta em outras religiões e doutrinas. Gerard Brosseau Gardner era iniciado em muitos mistérios, inclusive em linhas orientais, tinha muito conhecimento e com certeza muito de sua formação religiosa e espiritual não foi difundida com a Wicca, assim como também Alex Sanders.

Na Bruxaria, vendo de uma perpectiva universal, muitas tradições tem optado pelo retorno ao termo Bruxaria apenas, ou no Inglês - "Witchcraft", deixando de lado a denominação Wicca por questões particulares, porém mais possivelmente pelo fato de buscarem em outras formas de práticas por ensinamentos esclarecedores ou de adaptação para complementar suas práticas bruxescas. Seja qual for o motivo, parece que a Bruxaria Moderna anda se modernizando ainda mais.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS

--ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS--
BASEADOS EM PESQUISAS BIBLIOGRÁFICAS E VIRTUAIS



Muito a gente ouve de que no meio pagão (como no resto) as pessoas querem tudo mastigado. Muita gente diz que tudo está mastigado pelos sites e blogs da vida. Porém na verdade, a maioria, não está mastigada e sim mastigada, engolida e vomitada.
 
Vejo muito as pessoas, em especial neófitas, dizerem que os conteúdos da Internet são muito variados e contraditórios entre si, assim como em livros de um autor para outro. Mas que fazer com este entulho de informações?
 
A melhor maneira de aprender com isso é o cruzamento de informações e a sistematização do conteúdo e de resultados. Parece difícil e penoso, não é?! Porém pode ser vantajoso e prazeroso, no final de uma dedicada empreita, os resultados são incríveis e você fica craque no assunto.
 
-----Cruzamento de dados------
 
Durante este processo nos fixamos apenas em um assunto, ou seja, dentro de um panteão escolhemos, por exemplo, uma divindade.
 
Primeira etapa - Sistematiza o conteúdo encontrado nos sites:
 
Exemplo:
"Afrodite (em grego antigo: Ἀφροδίτ, transl. Aphrodítē) é a deusa do amor, da beleza e da sexualidade na mitologia grega. Sua equivalente romana é a deusa Vênus. Historicamente, seu culto na Grécia Antiga foi importado, ou ao menos influenciado, pelo culto de Astarte, na Fenícia.
De acordo com a Teogonia, de Hesíodo, ela nasceu quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar; da espuma (aphros) surgida ergueu-se Afrodite." (wikipedia)
Temos aqui a nossa bela Afrodite, vamos sistematizar as informações:
-deusa: Afrodite
--panteão: grego
---nome grego: Aphrodítē
----potencial: amor, beleza e sexualidade
-----equivalência romana: Vênus
-------influência culto: Astarte (Fenícia)
--------nascimento: órgãos genitais de Urano, cortados por Cronos, lançados no mar, nascida da espuma
 
Criamos uma base de dados e a partir disso fazemos isso com as fontes do site A. B e C.
 
>>Segunda etapa - levantamento de pesquisas históricas e arqueológicas. A partir disso identificamos o que é registro antropo/arqueológico / histórico / filosófico e o que é reconstrucionismo ou invencionismo.
 
>>Terceira etapa - separar o reconstrucionismo do invencionismo. O reconstrucionismo é baseado em registro históricos (antropo/arqueo/filos) seguindo a mesma linha de estrutura, ou seja, se em registros dos mais variados diz-se que as sacerdotisas eram virgens, reconstruímos um mito com este mesmo conceito. Ah, mas não encontro como eram as sacerdotisas!
 
 
Geralmente seguem as mesmas características comportamentais atribuídas à divindade. Respeitamos aqui as linhas cronológicas de acontecimentos e fases. Se uma divindade tem aversão a outra em seu mito, no reconstrucionismo isso permanece. Muita gente quer criar uma "ciranda-cirandinha" com as divindades que se odeiam e isso parte para o invencionismo. Para identificar o reconstrucionismo, percebemos que muita informação de base histórica é encontrada, mas encontra-se em mitos reconstruídos que seguem a mesma estrutura central e mesmo padrão periférico.
 
No invencionismo geralmente a pessoa adequa as divindades e os mitos aos seus gostos e conceitos morais (ou não morais). Exemplificando, já vi pessoas colocando Afrodite como uma deusa pura e comportada, espalhando amor e bondade aos quatro cantos. Percebemos claramente um invencionismo, já que havia até repulsa contra ela em algumas regiões da Grécia, por entenderem ela como uma deusa frívola e imoral.
 
Afrodite é a Deusa do Amor, mas a mesma pintou e bordou com os corações alheias, deixando alguns deuses com mais chifres que de costume. Ruim??? Não, este é o aspecto complementar da divindade, não podemos apenas pegar aquilo que é bonitinho e ignorar o que nos desagrada. Ah, mas eu odeio traição! Procure outros deuses, existem milhares no mundo como a deusa japonesa do amor e da beleza Benten, que possui um aspecto mais moralista (não perfeito) e de quebra ainda leva saúde, prosperidade, etc.
 
>>Quarta etapa - separou as bolachas dos biscoitos, então é hora de computar e condensar o conteúdo. Primeiro se atenha às sistematizações dos conteúdos históricos, cruze-os e monte um cenário único. Por exemplo, se no artigo A diz que a divindade é do amor em tal região e o artigo B diz que é do amor e da prosperidade em outra região, cruzamos assim:

Sistematizando:

nome - Divindade X
região A - amor
região B - amor, prosperidade
 
Cruzando:

Divindade X - amor, prosperidade (região B )
Agora cruzando o histórico com reconstrucionismo:
Divindade X - amor, prosperidade (região B )
 
Reconstrucionismo:

nome - Divindade X
potencial - amor, prosperidade, sexualidade (supondo que faz parte da estrutura comportamental da divindade, só exemplo).
 
Cruzando
Divindade X - amor, prosperidade (região B ) <- histórico
Divindade X - amor, prosperidade, sexualidade <- reconstrucionismo
cruzamento: Divindade X - amor, prosperidade (abolimos região), sexualidade.
 
Podemos optar pela desconstrução prudente. Por exemplo, se em todas as regiões a nossa divindade é do amor e apenas em uma região isolada (registros históricos) ela é de prosperidade, podemos optar em fazer assim.
 
Cruzando
Divindade X - amor, prosperidade (região B ) <- histórico
Divindade X - amor, prosperidade, sexualidade <- reconstrucionismo
cruzamento: Divindade X - amor, sexualidade.
 
Perceba que excluímos a prosperidade, assim moldamos uma divindade voltada apenas ao culto amoroso e sexual. No invencionismo possivelmente há uma lógica falha, por exemplo, se a Divindade X é do amor e da sexualidade, então incluímos a paixão, a prostituição. Ficando assim:

Invencionando: Cruzando
Divindade X - amor, prosperidade (região B ) <- histórico
Divindade X - amor, prosperidade, sexualidade <- reconstrucionismo
sugestionabilidade - paixão e bondade
cruzamento: Divindade X - amor, sexualidade, paixão e bondade
 
Não é só pouco são termos intimamente ligados que podemos incluir num reconstrucionismo. Temos que nos ater a estrutura comportamental da divindade. Ou seja, se em nenhum momento a divindade se mostrar assim ou assado nos mitos históricos e reconstrucionistas, não é incluído estes aspectos a mesma.
 
Chegamos a uma conclusão:
Divindade X - amor, prosperidade (abolimos região), sexualidade.
OU
Divindade X - amor, sexualidade.
 
>>Quinta etapa - amplificar a base de dados. A partir dos estudos com base em pesquisas históricas (arqueo/antropo/filos) e do reconstrucionismo, ampliamos nossos conceitos.
 
Ampliando:

Divindade X - amor, prosperidade (abolimos região), sexualidade.
A Divindade X é a deusa do amor e da prosperidade e da sexualidade, seus cultos são baseados na consagração e devoção dos aspectos emocionais ligados ao Amor. A Divindade X tem uma vida sexual ativa, tendo relações com vários outros deuses encontrados em seu mito. Suas sacerdotisas não eram castas e nem mesmo casavam-se, ofereciam aventuras sexuais aos viajantes que visitassem os templos. Suas oferendas são maçãs e objetos representativos fálicos, assim como alimentos como pepino, banana, mandioca, etc., além de rosas cor-de-rosa.
 
Só um exemplo, como se tivéssemos tirado isso dos mitos já vistos (não inventados).

>>Sexta etapa - separado o que invencionismo, vamos aproveitá-lo (quem achar conveniente pule esta parte). Sim, achou que íamos abandonar o invencionismo? Não! Vamos aproveitar as cascas e o bagaço e fazer uma torta!
 
A confiabilidade de algo depois que identificamos como invencionismo, cai em terra. Mas muito invencionismo na prática é funcional.
 
- Egrégora: analisamos a egrégora no geral e vemos se os conceitos não são antagônicos com ela e com os aspectos comportamentais da divindade. Ou seja, se a nossa Divindade X é a deusa da fertilidade e pelo invencionismo adicionaram a prosperidade (não as considerando a mesma coisa), não há nada de mal aqui. Pode ser invencionismo, mas mantém o uma linha de raciocínio em parte coerente.
 
Mas se porém atribuem a nossa deusa da fertilidade o aspecto de deusa do infortúnio, por exemplo, apenas porque em seu mito ela se enfureceu e destruiu as plantações e o povo morreu de fome, podemos descartar se isso não se enquadra no perfil geral da divindade. Por exemplo, de outro tópico meu, a Amaterasu ("amaterassu"), deusa japonesa do Sol. Em um momento ela se enfurece e se esconde numa caverna (Inverno), causando o frio e a escuridão. Isso não quer dizer que ela é também a deusa do frio e da escuridão! Bem por ai mesmo!
 
Mas se alguém resolve por invencionismo adequá-la como também deusa do fogo (pela pseudológica "Sol = Fogo") não está errando, apenas está em sua razão e o culto pode ser bem funcional.
 
>>Sétima etapa - finalização e estruturação da crença:
Colocamos tudo num mesmo cenário, porém de forma separada e bem definida. Temos a nossa sistematização (baseada nos estudos coerentes) e o invencionismo funcional.
 
A base de crença e prática deve ser a da sistematização, ou seja, reconstrucionismo, histórico ou um misto de ambos. O invencionismo funcional é mantido como fonte de pesquisa, inspiração e provisão. Afinal durante o caminho muito aspectos podem sofrer alterações durante as práticas e conhecer invencionismos funcionais pode nos ajudar a compreender melhor nossas práticas e quem saber sejam até necessárias, podendo uma hora ou outra ganhando um carisma maior da gente.
 
Bom, pessoal é isso! Espero ter ajudado um pouco. Sei que é maçante e difícil, mas com o tempo, praticando bastante, conseguimos criar compilações coerentes, complexas e eficientes até mesmo lendo três ou quatro textos ao mesmo tempo. Escrevam e leiam bastante, isso ajuda muito na hora de escrever, interpretar, sistematizar, filtrar. Não precisa ter medo de algum texto, livro ou assunto só porque alguém ou outro autor disse que não é funcional. Temos que encarar e praticar bastante a organização dos nossos estudos assim aprendemos a filtrar as coisas úteis das realmente banais.
 
Quero lembrar que estes são métodos pessoais, não são métodos padrões nem absolutos. Cada um tem um jeito de estudar e sabe fazer deste jeito o funcional. É apenas para ajudar quem quiser se aventurar!
 
 
 

MITOLOGIA JAPONESA

MITOLOGIA JAPONESA
 
 
 
Há alguns anos percebi que existiam mais pessoas que cultuavam divindades japonesas do que se pensava. Um mito em especial, muito ligado inclusive com as origens do povo japonês é o dos Deuses Irmãos: Amaterasu ("amaterassu"), Tsukyiomi ("tsuquiiomi") e Susanoo ("sussanoo" com um O final prolongado).
 
Ao contrário do que vemos na Bruxaria, a Deusa Amaterasu (Deusa Sol) é que é a representação do sol, por vezes conhecida como "Amaterasu Oho no Kami" (Grande Deusa que ilumina o céu). O Deus Tsukyiomi (tsuki - lua e yomi - leitura do verbo yomu - ler) é que representa a Lua. Susanoo (algo como "Aquele que ajuda a vida do homem") é o irmão mais novo, sendo o Deus dos Mares e das Tormentas.
 
Os três irmãos deus são filhos do Deus Izanagi, o "Varão Majestoso", que tem como esposa sua irmã, a Deusa Izanami "Aquela que convida", sendo responsáveis por criar outros deuses (deuses menores), os humanos e o mundo.
 
Izanami (a deusa) é a representação do nascimento e da morte, muitas vezes é solicitado o seu auxílio às mulheres com problemas sérios no parto. Ela, assim como Amaterasu, estão intimamente ligadas a Roda do Ano, pois é através delas que vemos os conceitos de Naciscimento-Morte-Renascimento e as estações do ano com seus pormenores.
 
Amaterasu, sendo a Grande Deusa Sol, está intimamente ligada às colheitas, sendo ela que trás a luz na Primavera. Durante o Inverno ela se refugia em um caverna escura. Amaterasu é representada por vezes com um disco solar, tendo alguns exemplares arqueológicos destes em museus. Por mais que exista Izanagi e Inazami como deuses maiores, Amaterasu é uma deusa central, sendo a principal deusa no cenário mitológico japones, em especial para o Xintoísmo (shin - deuses, to - caminho). É considerada a Grande Mãe que cuida dos seres humanos e de suas necessidades.
 
Outra deusa muito aceita e cultuada é a deusa Ame no Uzume no Mikoto (ou apenas Uzume) é a deusa mais divertida, a deusa da alegria, sendo importante no retorno da luz que irá iluminar a Primavera (Amaterasu). Também conhecida como "A Grande Persuasora", pois é ela que ajuda a trazer de volta Amaterasu. Em várias outras passagens ela é a deusa que apazigua os muitos desentendimentos e sempre acaba convencendo-os. Ela se casou com Saruta-Hiko, o Deus da Terra.
Como celebrações maiores temos a Festa de Primavera (Haru Matsuri), Festa de Verão (Natsu Matsuri) e a de Outono (Aki Matsuri).
 
A Festa da Primavera (Haru Matsuri) é o momento de pedir aos deuses bênçãos para que as próximas colheitas que virão com o retorno da Deusa Sol sejam prósperas. É momento de pedir prosperidade sobre todos os campos da vida. A festa é geralmente muito colorida, regada de flores.
 
A Festa de Verão é o momento de limpeza. Momento onde é pedido aos deuses proteção e a destruição do mal. Através desta comemoração afastamos todas as coisas ruins, evitando tragédias, uma colheita ruim e todas as enfermidades. Esta festa é regada de muita alegria, música, cores.
 
A Festa de Outono é o momento de agradecimento sobre uma colheita próspera. É momento onde são oferecidas as oferendas à Deusa Amaterasu. Em 23 de Novembro é comemorado o dia de agradecer pelo trabalho, quando novas oferendas são dadas como agradecimento. Em 15 de Novembro é o momento de agradecer pela boa saúde das crianças. Nesta época os cultos são voltados para isso, agradecimento.
 
Todo este cenário é voltado ao culto da Natureza, aos ancestrais e aos deuses, em especial alguns deuses menores como Amaterasu. Muitas divindade são personificações de aspectos da natureza como chuva, rios, árvores, montanhas e até mesmo clãs específicos. O conceito central da existência divina é o de imanência, ou seja, os deuses estão em tudo e tudo está nos deuses de forma inseparável. O entendimento central é que os deuses estão dentro de nós assim como nós fazemos parte deles.
 
Como já dito, a divindade central de culto é Amaterasu, a Grande Mãe ou a Grande Deusa Sol. Através dela é que podemos compreender e sentir as mudanças durante as estações. Amaterasu é comparada a Apolo, o Deus Sol, assim como Benten, a deusa japonesa do amor.
 
O conceito da tríplice divindade é raro, mas aceito. Vemos Izanami, a deusa anciã, Amaterasu, a mãe e Uzume, a donzela. Uzume é muito vista como a uma deusa jovem e alegre, cheia de irreverência e um dom forte de persuasão (o que nos permite uma comparação com Benten). Amaterasu é a deusa mãe, cheia de amor para com os filhos, com um mito recheado de amor, sacrifício, emoção e cuidado para com os homens. Izanami é a mãe velha que é mais séria, madura e de onde veio todo o potencial de criação.
 
Existem outras linhas mitológicas muito aceita no Japão, mas esta é uma bem utilizada e que se enquadram bem aos ritos e cultos durantes as estações do ano, ao culto a Natureza e da conecção maior com ela. Se enquadra perfeitamente ao culto voltado às colheitas e à prosperidade, se encaixando ao conceito de Paganismo, no sentido do meio de vida voltado ao campo. Apesar disso hoje é muito (talvez mais) praticado de forma urbana, adaptado à realidade atual, voltado ao culto de prosperidade e agradecimento.
 
As fontes são bem variadas, indo do Wikipedia a vídeos do Youtube em Inglês. Encontram-se facilmente divindades voltadas para o obscuro, mas são pouco cultuados e os cultos japoneses são mais voltados exatamente para manter distância destes.
Espero que tenham gostado e caso você já tenha feito algum culto/ritual voltado a estas divindades, comentem. Lembrando que existem muitos praticantes voltados para a prática de magia através do panteão japonês.
 
Lembrando sempre: "O maior presente dado a um ser humano é a liberdade de andar com as próprias pernas!"

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

AÇÃO E REAÇÃO - LEI DE RETORNO



AÇÃO E REAÇÃO






  Muita gente dentro das práticas de Bruxaria, acreditam em alguma lei universal de retorno de acordo com nossos atos. Alguns desconsideram qualquer ideia semelhante.

Não há muito consenso quanto a isso e alguns alegam que isso é apenas um conceito cristão. Porém a teoria de uma lei natural e inevitável que retorna para nós tudo que diz respeito aos nossos atos é mais antiga que o próprio Cristianismo, inclusive dentro de culturas que nada tinham a ver com o Cristianismo, viajando pelos séculos desde aproximadamente 4000 anos antes da era comum (ou A.C. se preferir).

Alguns Bruxos simplesmente não acreditam. Acreditam que podemos fazer tudo sem consequência algumas, alguns vão mais longe e dizem que as consequências se fazem apenas mediante culpa.

O conceito de uma lei universal de ação e reação é vista até mesmo na Ciência moderna (3ª Lei de Newton). Era inclusive aceita pelo grande gênio Albert Einstein. No Universo essa lei é infalível e diz que toda ação executada recebe uma reação contrária de igual força, intensidade e caráter. Ou seja, se você der um soco em uma parede equivalente a 30kg, a parede te devolve o mesmo impacto na mesma proporção quando atingida pela mão.

O que muita gente confunde é o Karma, conceito antigo e bem difundido, com Carma (ou mesmo Karma) usado pelas linhas de pensamentos esotéricas. Nas linhas esotéricas há uma mistura dos conceitos de karma e dharma, o que causa grande confusão quando falamos no assunto. No Esoterismo, o Karma é uma dimensão em espaço-tempo, onde fica tudo o que fazemos de bom ou ruim e de acordo com isso, uma lei universal faz com que tudo que fizemos de bom ou ruim retorne a nós, seja por provações, seja por acontecimentos. Se você bate em alguém, no momento certo você receberá isso de volta, levando uma surra ou sofrendo a mesma dor, ferimentos e todo o sentimento que fez o outro passar. No Esoterismo fundiram o conceito de dharma, que são um conjunto de ideias religiosas e filosóficas de um padrão adequado de comportamentos.

Ao contrário do que muitos pensam, o conceito de Karma não se aplica às práticas espíritas kardecistas e pouco falada na Umbanda. Para eles a lei maior é a vontade de Deus e tudo é subjugado a quantidade de amor aplicada e afinidade, evolução espiritual, ou seja, se nós evoluímos e aprendemos o certo, podemos não precisar passar pelo mesmo mal que causamos. Bem mais ampla do que outras linhas cristãs, como a neoprotestante que acredita que nada de mal retorna quando depois do batismo, aceitação de Jesus e um pedido de perdão a Deus, além do arrependimento. No Catolicismo todo o mal feito irá ser julgado no Juízo final, porém alguns ainda acreditam no retorno antes mesmo disso.

Na Bruxaria o conceito de karma é muito mal compreendido pela maioria e o mais conhecido é o conceito esotérico, que pouco tem a ver com o conceito original. O conceito original inclusive está intimamente ligado às práticas e cultos hinduístas e suas divindades.

A Lei de Retorno, muito falada entre Bruxos, nos diz o mesmo, que tudo que fizer será devolvido de igual forma. Para algumas vertentes pagãs e sistemas mágicos, muito é considerado que tudo pode ser feito e nada irá contra. Se for feito, não há com que se preocupar, pois nada irá nos julgar e nos punir por nossos atos. Algumas linhas não admitem a ideia de uma divindade, quanto menos uma divindade que puna. Menos ainda uma lei natural que faça isso. Outros admitem que tudo que for feito, foi possível por consentimento divino, então não há punição.


Em religiões como Hinduísmo, Budismo e Jainismo existe o conceito de Karma. O conceito de Karma nestas religiões diz a mesma coisa: toda ação tem uma reação igual e no sentido oposto. Ou seja, se mandamos, fazemos, pensamos, vivemos, proporcionamos algo de bom para o outro ou para o mundo, uma lei universal faz com que isso retorne a nós da mesma forma. Se você ajuda uma pessoa hoje, amanhã pode precisar e receber a ajuda. O Karma seria uma fábrica onde o produto produzido é resultado do ingrediente usado, onde nós mesmos somos obrigados a usar o produto. Se colocamos carne, comemos carne. Se colocamos carne e vegetais, não importa o formato, o gosto, o cheiro, vamos comer carne com vegetais.

Na Bruxaria o conceito pode variar muito, atingindo mesmo um caráter triplo, ou seja, a Lei Tríplice. Esta diz que tudo que você fizer para alguém ou algo através da magia (alguns aderem o conceito até mesmo fora da magia) retornará a você um determinado número de vezes: Alguns consideram 3 vezes a intensidade (por exemplo, na Wicca) e outros 9 vezes (3 vezes o 3 quando empregado ou Lei Nônupla).


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

VAMPIRISMO ENERGÉTICO

VAMPIRISMO ENERGÉTICO



O que não se pode confundir são pessoas que emanam energias pesadas e de muito baixa vibração com pessoas que realmente sugam energia. Não podemos nos enganar com aparências e achar que só pessoas negativas, doentes, egocêntricas, etc. são quem são vampirizadoras. Aquele amigo alegre, super descontraído, aquela amiga super tranquila e espiritualizada, aquela pessoa legal que inspira e transpira simpatia... qualquer um pode ser um seca-pimenteira sem ser notado como tal.

Ser banhado com uma chuva meteórica de energias ruins não é mesma coisa que ter energia sugada, quando temos energia sugada uma boa reposição com boa alimentação e hábitos, meditação e exercícios de respiração, pensamentos e mentalizações agradáveis... tudo isso pode ajudar. Mas quando somos bombardeados de energias ruins, é preciso muito mais para fazer uma limpeza dessa lama energética.

Quanto aos vampirizadores, pouco podemos fazer sobre eles, uma boa prática para proteção (ritual, amuleto, etc.). Se afastar dessa ou daquela pessoa pode ajudar, mas não garante eficácia e podemos estar cometendo um engano, Além do mais, muitos sugam à distância com emanações de pensamentos. Uma pessoa que para ao nosso lado em uma fila de banco pode sugar nossa energia e muito. No trabalho aquela pessoa invejosa, aquele sanguessuga profissional, aquele que sempre precisa de ajuda e nunca consegue resolver nada... e por ai vai.

Geralmente podemos identificar algum vampirizador por uma falta de ar, uma arritmia cardíaca, fraqueza nas pernas, tremedeiras sem razão óbvia, tonturas, um repúdio inexplicável, dores na região do estômago e em áreas das costas, peso nos ombros e incômodo na nuca, queda de cabelo e por ai vai.

Já o bombardeio de energias ruins nos causa também cansaço, além de irritação, arrepios, mau humor sem motivos óbvios, tipo você numa balada se divertindo muito e de repente muito bate aquela vontade de ir embora sem motivo, tudo fica irritante e incômodo, perdemos o controle de emoções, sentimos dores em várias partes do corpo, causa repúdio de lugares e pessoas.
 
O que muita gente não comenta é que existem locais vampirizadores. Lugares que absorvem suas energias seja por questão geográfica, seja por questão histórica (quando algo acontece no lugar), seja pelas pessoas (e espíritos) que os frequentem, ou mesmo pela abertura de portais.

Objetos vampirizadores também existem. Recentemente um estudo confirmou que a prata é um material sanguessuga. Isso mesmo! Comprovado cientificamente que pessoas que usam muito o metal desenvolvem menos a musculatura, ficam cansadas com facilidade, possuem menos vitalidade do que poderiam ter se não usasse (adoro prata achei péssimo!).

A verdade é que temos que nos preocupar com nós mesmos e deixar para lá o que atrapalha. Quando nós somos os vampirizadores devemos observar como as pessoas costumar nos receber, como nós a encontramos e ver se há súbitos comportamentos estranhos como dores, mudança de humor, cansaço.

Quanto às plantas, elas apresentam diferentes comportamentos:

1) ao vampirismo elas secas quase que em seguida à presença da pessoa, dificilmente adoecem ou amarelam, podem apenas murchar. Com flores costuma soltar pétalas que secaram quase que em algumas horas.
2) com energias ruins elas adoecem, amarelam, murcham, ficam com apenas alguns galhos murchos ou doentes e o resto da planta saudável.

O grande problema é que parte destas coisas atingem os animais domésticos que muitas vezes servem de escudo. O melhor é prevenir!






sexta-feira, 9 de agosto de 2013



SACRIFÍCIOS RITUAIS

Vi gente falando que sacrifício ritual nada tem a ver com alimentar-se de carne. Verdade. Porém a pessoa aceitar ou não comer carne, muda completamente sua visão no que diz questão ao sacrifício. Não adianta um discurso de ampla defesa de tradições e práticas milenares quando a realidade é outra.

Há alguns séculos atrás sacrificavam humanos em áreas públicas, mulheres, crianças, idosos... e hoje ainda há quem faça isso em algum lugar do mundo. Nós evoluímos e não creio que esse discurso de "sou pagão e honro as práticas contidas nos mitos antigos", que em grande parte é incoerente. São pouquíssimas as pessoas hoje que não pratiquem uma espécie de reconstrucionismo supermoderno.
Muita gente que acha que o sacrifício é algo muito sagrado, jamais sacrificaria seu animal de estimação caso lhe fosse requisitado (só um exemplo, claro). Na antiguidade, um pai daria o sangue da sua filha se fosse um "pedido dos deuses". Sei que existem pessoas capazes, mas neste Paganismo atual em que vivemos... deve ser algo muito absurdamente raro mesmo!


Um cara no Paraná matou uma mãe-de-santo e mais algumas pessoas à facadas porque disse que Deus havia lhe mandado (enquanto ele já tentava matar a namorada). E muitos evangélicos bombardearam nas redes sociais apoiando a atitude, pois isto está na Bíblia (pesquisem). Isso não é sacrifício ritual, mas é sacrifício à divindade. Longe de mim julgar o que realmente foi o motivo da chacina. O que tira totalmente isso de que anti-sacrifício é coisa de cristão, porque a maioria protestante é contra o sacrifício em nome dos deuses dos outros... apenas.


Já falei muitos com evangélicos sobre isso e quando se trata do Deus deles, acham válido. Os católicos é que são mais arredios quanto a isso, mas é uma questão sociocultural, não religiosa. Os evangélicos que não aceitam é porque também possuem esse conceito sociocultural de que matar é ruim, que. Porque acham que houveram tantas mortes em nome da igreja cristã? Porque eram apoiados pelas escrituras. O conceito mudou socialmente e não por causa cristã.

Há a passagem "As feiticeiras não as deixeis viver!", porque era no contexto uma afronta a Deus (a feitiçaria). A única coisa que mudou, foi o sacrifício de cordeiros, apenas por relação deles com Jesus. Até mesmo no Judaísmo houve abandono da prática, apesar de ainda ser muito feito, assim como no Islamismo.

Não defendo o anti-sacrifício e acho que algumas energias só são acessadas assim, pelo sacrifício animal. Porém, quando falo em evolução, é no aspecto de melhorar, e se você consegue acessar aspectos de sua egrégora se desapegando da necessidade de um sacrifício, você evoluiu, melhorou em suas práticas. E as pessoas estão mau acostumadas em associar a evolução apenas ao espiritual. Evoluimos educacionalmente, fisicamente, psicologicamente, profissionalmente... as pessoas estão mau acostumadas a encarar evolução como algo cristão. Mas quem não evolui?

Na época em que sacrifícios eram algo tão necessário aos cultos, pessoas no norte da África e Sul da Europa temiam atravessar o Estreito de Gibraltar, no Mar de Alberão, leste do Mar Mediterrâneo, porque achavam que era o fim do mundo, era uma região apenas acessível pelos deuses, alguns achavam ser uma passagem ao submundo. Hoje as pessoas navegam tranquilamente sem medo. (Até que faz sentido, já que seguindo reto dá de cara com o Triângulo das Bermudas)

Dai porque os antepassados temiam navegar por lá, medo de parar no submundo, as pessoas hoje em dia, com as mesmas práticas religiosas e que seguem os mesmos ritos vão ter medo? Abandonaram a crença porque evoluiram, aprenderam... Assim é com o sacrifício, que embora válido e poderoso, pode ser abandonado. Hoje ainda é permitido, mas a tendência é ir sumindo ainda mais.

No Candomblé, onde nunca se encarou isso como tabu, hoje tem pais e mães-de-santo fazendo substituições porque acham desnecessários. Isso falo de pais e mães lá da Bahia, região onde pais e mães-de-santo são respeitados até pelos padres católicos. Acredito que a prática tende a sumir completamente, exatamente por questão evolucionária, negue quem quiser.

O que não tira o caráter sagrado que possui de quem o considera assim. Eu creio na sacralidade do sacrifício, mas também acredito na sacralidade do ato de abandonar a prática em nome de outra vida, e, não chamo isso de cristão e sim, de evolução, no sentido da capacidade de melhorar, desapegar, mudar e não de tornar-se melhor que o outro ou ser mais capaz do que o outro.

Na verdade tem muito pagão dizendo que a igreja cristã é uma igreja retrógrada, que não evolui, primitiva, bárbara e todo nome neste sentido, que deveria evoluir e abandonar essa tirania, que ficam vivendo às custas de textos escritos por homens há milhares de anos, mas não aceitam quando dizem que devemos evoluir no Paganismo e abandonar algumas práticas, apenas por acharem que o Paganismo é livre e democrático.


E detesto ter que ficar beirando defender causa cristã, mas é a realidade.


Mas são só opiniões minhas, viu gente, não me espanquem. Se falei besteira, me corrijam, por favor. rsrsrs

sexta-feira, 19 de julho de 2013

CUIDADOS COM ERVAS

 
 
 Acredito que nem todos cultivem ervas em casa. Porém esta é uma prática comum entre muitos bruxos(as) e se torna com o tempo cada vez mais gratificante. Infelizmente onde moro não tem muito espaço e acredito que muitos também tenham este problema. Vou aqui trazer algumas dicas para o plantio, manejo e colheita das ervas.

Plantio e cultivo:

Plante onde há alguma incidência da luz solar, respeite o espaço de cada planta plantando as semente/mudas com espaço mínimo de 20-30 cm entre elas ou plante em vasos separados. Para vasos separados, respeite a qualidade da planta em crescimento, ou seja, plantas que crescem mais precisam de mais espaço. Use terra fofa e pesquise sobre que tipo de terra ou mistura irá usar. Sempre limpe a terra tirando outras sujeiras que não ajudarão a planta em nada e também ervas daninhas. Se você plantar no quintal procure moldar e organizar bem o canteiro para evitar coisas como erosão. Sempre retire e jogue as folhas doentes e manchadas. Procure plantar na Lua Crescente. Para regar, respeite a qualidade de cada planta (por exemplo, a babosa não precisa ser regada todo dia) e procure regar antes que o Sol esquente demais ou depois que já refrescou um pouco no fim da tarde.

Adubação

Não use nunca adubos químicos. Procure estudar sobre cada espécie e use adubagem natural. Você pode até criar um espaço só para o cultivo do adubo e inclusive cultivar minhocas quando não em espaços muito abertos, pois podem atrair pássaros. Misture terra com restos de alimentos como cascas, folhas, pó de café (moderado), casca de ovo esfarelada, entre outros. Procure se informar bem sobre as plantas e identificar se o plantio de uma pode ajudar no plantio de outra.

Repelentes naturais de insetos

Você pode encontrar receitas caseiras pela internet. Uma que conheço (mas nem todo mundo gosta de usar) é usar fumo. Uma colher daquele fumo de corda (vendido geralmente em casas de artigos nordestinos) em um a três litros de água. Esfarele o fumo e mexa para espalhar bem e deixe curtir por 3 dias. Coe e use um borrifador. Colocar pó de café (já usado que sobrou no coador) na raiz ajuda, mas evite usar o pó caso você adoce a água antes de coar o café. Use-o já resfriado. Para acabar com pulgões-brancos, uma aliada é a dócil joaninha, então sempre que encontrar uma perto da sua casa, guarde-a e solte-a em sua horta, pois ela se alimenta dos pulgões.

Coletas

Evite dias chuvosos ou período muito quente do dia. Procure as primeiras horas depois que o Sol nascer e começar a esquentar (7 a 8hs). Colha antes de regar as plantas e evite colhe-las muito molhadas. Procure colhê-las na Lua Cheia, evite Minguante e Crescente.

Secando

Não seque ao sol, a não ser que sua prática peça isso. Seque à sombra e se quiser pode colocar uma redinha (daquelas verdes compradas em casas agropecuárias ou de material para construção) para evitar insetos. Deixe secar o tempo necessário com paciência e só guarde quando já estiver bem seca e quebradiça. Não use secagem ao fogo de forma alguma.






 Preparando os potes

Sabe aquele pote de vidro que você ia jogar fora? Aproveite-o! Use uma panela bem funda, onde possa cobrir todo pote com água. Forre a panela com um pano dobrado e coloque a água. Coloque o pote bem lavado e aberto e tente tirar todo ar dele para que mantenha-o afundado, evitando que ele ou o pano flutue. Coloque para ferver por um período de no mínimo 15 minutos. Pode deixar uma outra panela com um pouco de água para ferver junto para caso precise acrescentar mais água na esterilização do pote. Nunca coloque água fria direto na panela onde está o pote. Após esterilizado deixe-o secar e escorrer de boca para baixo sobre um pano seco e limpo. Algumas pessoas usam micro-ondas colocando um pano encharcado dentro do pote (não coloque a tampa no micro-ondas se for de metal) e ligue na potência máxima por 10 minutos (use o pano bem encharcado mesmo). É mais prático, mas acho menos eficaz.
 


 Organizando

Em papelarias é fácil encontrar etiquetas adesivas de várias cores. Geralmente vem em caixas tamanho A4 ou menor com algumas folhas com vários adesivos e não costuma ser caro. Compre e intitule os potes com nome das ervas e organize. Além de bonito, deixara o espaço bem perfumado com o cheirinho das ervas. Nunca é demais lembrar que o local onde ficarão os potes devem sempre estar limpos e que seja um lugar arejado onde não pegue luz solar intensa. Se usar uma colher para pegar alguma erva, lave-a apenas com água mesmo seque-a bem antes de usá-la para pegar outra erva. Isso evita contaminação de uma para outra caso houver.

Espero que gostem das dicas.
Se você possui uma opinião e quiser acrescentar fique à vontade. Esteja à vontade também se acreditar que alguma informação está incorreta. A verdade é que aprendemos muito com as plantas e esta é uma ligação das mais reais e intensas com a Natureza. Vamos aproveitar este presente dada por nossa Mãe Gaia. Muitas bruxices à todos! :)
 
Guto Zardy

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Bolívia dando exemplo



País dá exemplo ao mundo
 
A Bolívia está em vias da aprovar a primeira legislação mundial dando à natureza direitos iguais aos dos humanos. A Lei da Mãe Terra, que conta com apoio de políticos e grupos sociais, é uma enorme redefinição de direitos. Ela qualifica os ricos depósitos minerais do país como "bençãos", e se espera que promova uma mudança importante na conservação e em medidas sociais para a redução da poluição e controle da indústria, em um país que tem sido há anos destruído por conta de seus recursos, informa o Celsias.
 
Na Conferência do Clima de Cancun, a Bolívia destoou da maioria quando declarou que todo o processo era uma farsa, e que países em desenvolvimento não apenas estavam carregando a cruz da mudança do clima como, com novas medidas, teriam de cortar também mais suas emissões.
A Lei da Mãe Terra vai estabelcer 11 direitos para a natureza, incluindo o direito à vida, o direito da continuação de ciclos e processos vitais livres de alteração humana, o direito a água e ar limpos, o direito ao equilíbrio, e o direito de não ter estruturas celulares modificadas ou alteradas geneticamente. Ela também vai assegurar o direito de o país "não ser afetado por megaestruturas e projetos de desenvolvimento que afetem o equilíbrio de ecossistemas e as comunidades locais".
 
Segundo o vice-presidente Alvaro García Linera. "ela estabelece uma nova relação entre homem e natureza. A harmonia que tem de ser preservada como garantia de sua regeneração. A terra é a mãe de todos". O presidente Evo Morales é o primeiro indígena americano a ocupar tal cargo, e tem sido um crítico veemente de países industrializados que não estão dispostos a manter o aquecimento da temperatura em um grau. É compreensível, já que o grau de aquecimento, que poderia chegar de 3.5 a 4 graus centígrados, dadas tendências atuais, significaria a desertifição de grande parte da Bolívia.
Esta mudança significa a ressurgência da visão de um mundo indígena andino, que coloca a deusa da Terra e do ambiente, Pachamama, no centro de toda a vida. Esta visão considera iguais os direitos humanos e de todas as outras entidades. A Bolivia sofre há tempos sérios problema ambientais com a mineração de alumínio, prata, ouro e outras matérias primas.
 
O ministro do exterior David Choquehuanca disse que o respeito tradicional dos índios por Pachamama é vital para impedir a mudança do clima. "Nossos antepassados nos ensinaram que pertencemos a uma grande família de plantas e animais. Nós, povos indígenas, podemos com nossos valores contribuir com a solução das crises energética, climática e alimentar". Segundo a filosofia indígena, Pachamama é "sagrada, fértil e a fonte da vida que alimenta e cuida de todos os seres viventes em seu ventre."
 
Ilustração: Jonata / Open Clipart