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terça-feira, 24 de setembro de 2013

RODA DO ANO BIDIRECIONAL E/OU MISTA

RODA DO ANO BIDIRECIONAL E/OU MISTA
 
 
 
A questão central: porque celebrar? Porque celebramos?
Vamos a la Jack O Estripador... A celebração serve para nos reconectar com as energias primordiais, ou seja das Divindades, quase um sincronizador. Serve para reajustar nossas vibrações energéticas com as que estão movimentando o funcionamento da Natureza e das Leis Naturais.
 
Até mesmo cientificamente, sabe-se que a movimentação energética e magnética da Terra é diferente de um hemisfério para outro. Se pensarmos nas energias relacionadas com as celebrações de forma centralizada, podemos nos deter apenas no conceito de egrégora e na esfera que engloba esta prática.
 
Porém se pensarmos de forma mais universal, girar pela Roda Norte estando no Sul, estamos indo contra a corrente, pois o fluxo de energia vem do Polo Norte e desce para os Trópicos. Assim como no Sul, as energias vão do Polo Sul para os Trópicos. Tudo funciona a partir deste conceito, as energias retornam ao núcleo e um novo ciclo se inicia.
 
Se estamos banhados de energias relacionadas com o Inverno e celebramos o Verão podemos estar tentando incendiar a água ou jogando água no fogo. Porém temos a variante egrégora que acredito que já esteja bem estabelecida e com disciplina e perseverança podemos sim nos equilibrar com este método e o fluxo de energia, como um peixe que aprende a nadar contra a corrente. Podemos infelizmente não ter um ajuste ideal ou uma reconexão ideal com o propósito real da celebração.
 
Porém nossas habilidades mágicas estão ai para nos ajudar. Existem muitas variantes, por exemplo, mesmo que estejamos no Verão escaldante podemos estar passando por um Inverno congelante em nossa vida. A outra questão é essa: há variáveis que podem nos permitir ou até mesmo nos obrigar a girar na Roda oposta ou mesmo numa Roda Mista??
 
Eu, pessoalmente, creio que sim. Não de forma geral, mas individual. Cada um com seus pormenores. A capacidade de lidar com energias muito diferentes ao mesmo tempo, a capacidade de compreender, conectar-se, desligar-se e manipular as simbologias envolvidas e a representatividade dos potenciais divinos.
 
Assim como alguém do Sul pode viver lindamente celebrando a Roda Setentrional, uma pessoa pode trabalhar com as duas direções simultaneamente atentando-se apenas às necessidades, simbologias e potenciais divinos.
 
Outro aspecto é aprender a direcionar cada energia manipulada, gerada, absorvida e interagida para os aspectos corretos de nossa vida. Por exemplo, celebramos o Imbolc e nos detemos aos aspectos que se conectem com esta época, a do plantio das sementes, alimentar aquilo que está em fase de tomada de decisões, plantar projeto para colher sucesso. Mas ao mesmo tempo temos o Lughnasadh, onde vamos então nos concentrar na colheita daquilo que foi plantado a pouco, momento de agradecer pelas dádivas e todo o resto, bom ou ruim.
 
Se o Bruxo em questão tiver grande disciplina, conhecimento e souber lidar bem com os aspectos em questão, porque não celebrar por uma Roda Bidirecional. Porém não creio que uma Mista (ou Bidirecional) possa ser celebrada aleatoriamente, por exemplo, de acordo com o momento, por condições sejam qual forem. Acredito que deve haver um padrão e começar a vibrar a partir disso.
 
Parece uma ideia utópica e incoerente para alguns, porém são energias e com estas podemos aprender a lidar com elas de um jeito ou de outro. Fica a critério e capacidade (ou necessidade) de cada um.
Eu sou sujeito em falar muito, pois acho melhor cada um rodar na Roda do seu hemisfério. Os Celtas celebravam de acordo com as estações, focando na colheita e nos costumes. Não se focavam se estavam no Sul ou no Norte. Mesmo que tenha demorado muito para aceitarem o conceito de Terra redonda, creio que muito povos tinham uma noção desta realidade. Mas...
 
Quanto às interferências energéticas e possíveis prejuízos, não acredito que algo assim se dê a longo prazo, apenas nos sujeita a períodos de adaptação. Portanto, eu com meus raciocínios malucos, creio ser possível girar a Roda como mandar os princípios de cada um, contanto que respeite as simbologias e saiba o que está fazendo.
 
Uma dica importante é compreendermos o seguinte: Por exemplo, durante o Inverno estamos sujeitos a menos energias vindas do Sol, portanto celebrar o Verão, o calor, o fogo não é nada inválido, porém possivelmente menos eficaz por quem está sendo banhado com muito mais brilho solar. Porém isso é muito relativo. Apenas pelo mesmo motivo que não vamos celebrar com um Ritual de Lua Cheia na Lua Minguante ou Nova ou mesmo na Crescente. Como disse, só uma dica e puramente opinião pessoal.

SIMBOLOGIA NAS CIÊNCIAS

SIMBOLOGIA NAS CIÊNCIAS
 
 
(ps: se apontar aquela curiosidade, pesquise pelas imagens)
 

Sim, ciências atuais só pelo fato de serem praticadas até hoje ou por terem sido regulamentadas (como a Enfermagem, por exemplo). Mas são tão antigas que se perde as contas.
 
A questão que me chamou a atenção foi o fato de muitos símbolos usados por ciências praticadas até hoje, inclusive formando grandes profissionais, tem como símbolo algum que tem sua origem ou base em alguma cultura pagã, seja em ritos, cultos, culturas....
 
Muito interessante que isso mostra que o Paganismo num detalhe ou noutro influencia até hoje com grande importância na cultura mundial atual.
 
Símbolos como da Medicina, Farmácia, Ciências Contábeis, Direito, Psicologia, por ai vai.
Uma coisa interessante é o símbolo chamado Caduceu, muito relacionado ao Ocultismo e Magia, pertence as Ciências Contábeis. Mas o símbolo do Caduceu (relacionado à Hermes/Mercúrio) é mostrado de duas formas. Com um bastão com um globo na ponta ou com uma forma circo-retangular (parece um chapéu pirata) com o símbolo que lembra um pouco o naipe de Paus ou Espada (do baralho) no centro. Em alguns este bastão parece até mesmo um punhal apontando para baixo.
 
As relações são tão marcantes, com um simbolismo tão interessante e muitas vezes tão bonito que nos faz refletir sofre estas influências pagãs. Lembrando que estas ciências algumas datam até milhares de anos antes do nascimento de Cristo como a Matemática.
 
Lógico que nem todas que colocarei aqui tem relações com culturas pagãs em sua simbologia, mas possui uma simbologia interessante e muitas vezes lembra alguma coisa do Paganismo Antigo. Mas uma simbologia acaba por se basear na simbologia de outra ciência, por exemplo, o símbolo da Fisioterapia possui alguns aspectos do símbolo de ciências médicas diversas.
 
Uma cidade de Portugal chamada Póvoa de Varzim possui como símbolo-brasão da cidade uma imagem com uma simbologia muito bonita.
Âncora : Símbolo da Segurança no Mar

Cruz e Rosário : Representativos da grande Fé dos povos da Região
Sol e Lua : Elementos sempre presentes na vida dos Pescadores
Póvoa de Varzim é uma cidade antiga, de milhares de anos, até mesmo muito antes de Cristo nascer já era povoada. Possui tradições firmes e muito interessantes, até mesmo na questão de Magia. Possuíam uma forma de escrita usada principalmente pelo povo pesqueiro. Chamada de Siglas Povoeiras ou Masseiras (Masseira é um tipo de agricultura cultivada unicamente no mundo nesta região de Póvoa de Varzim).
PS: pesquise outros como "Freguesia de Fafe" e "Santo Tirso"
 
A questão das simbologias de representação de diversas ciências nos remete muitas vezes a um passado muito distante e muitas vezes a ícones e culturas antiguíssimos da humanidade.
O símbolo de representação da Medicina é um chamado Bordão de Esculápio, um símbolo da Grécia Antiga que representava cura de doentes através da Medicina e relacionado a Astrologia. A figura remete a um bastão (geralmente de madeira, lembra até uma varinha mágica rsrs) envolto por uma serpente. A serpente tem sua ponta da calda voltado para o lado esquerdo e a cabeça para o direito. Este símbolo é a representação do Deus da Medicina Asclepius, posteriormente chamado Esculápio.
 
Bordão de Esculápio:
"O Bordão de Esculápio simboliza as artes curativas, combinando a serpente, cuja mudança da pele é símbolo de renascimento e fertilidade, com o bastão, símbolo da autoridade digna do Deus da Medicina." Fonte: Wikipédia
 
Já o Caduceu, relacionado com as Ciêncas Contábeis, foi relacionado a Medicina graças a um editor renomado chamado Johan Froede no século XVI ter pegou o Caduceu como representação de sua editora, que por sinal publicava artigos sobre Medicina com créditos a Hipócrates e Aetius de Amida. Outros editores na Inglaterra e EUA começaram a usar tal símbolo relacionando-o com a Medicina, ajudando assim a difundir a relação medicina-caduceu.
 
O Caduceu também tornou-se símbolo de representação do Departamento Médico da armada americana, simbolizando e identificando não-combatentes. Mas em vários lugares do mundo na área médica militar usa-se ainda o Bordão de Esculápio (ou Asclépio).
 
Tanto o Caduceu como o Bordão de Asclépio possui diversas modificações representando diversos órgão e sociedades médicas. Por exemplo a Associação Paulista de Medicina o bastão foi trocado por uma espada. Da Escola Paulista o bastão é o próprio tronco de uma árvore. Da Sociedade Espanhola de Medicina do Trabalho, o bastão sai e entra uma chave inglesa como símbolo do trabalho.
Muito relacionado com a Medicina em geral, o Caduceu é mesmo muito usado por hospitais.
 
FISIOTERAPIA
Com uma similaridade com muitos símbolos ligados a medicinas diversas. Trata-se se duas serpentes (como do Caduceu de Hermes) envolvendo um raio, que trata-se da nossa coluna.
 
FÁRMACIA
O símbolo desta ciência tem origem na Grécia Antiga também, é representado com uma serpente enrolada em uma taça com a cabeça virada para baixo. A cobra é o poder e a taça a cura. Também uma referência sobre o que vem da questão veneno e antídoto, ou mesmo que às vezes do veneno é que tira-se o antídoto e por ai vai.
 
OPTOMETRIA
Ramo da Oftalmologia que tem o Caduceu, mas em vez de um Globo temos um olho. Optometria estuda a capacidade da visão, ou seja, mede a visão do paciente.
 
NUTRIÇÃO
Um brasão com um escudo e no interior uma balança com uma, adivinhem... uma serpente enrolada. Sob o escudo ramos acredito eu que de folhas de louro, ou talvez de oliveira.
 
MEDICINA VETERINÁRIA
Adivinhem novamente... está aqui o Bordão de Esculápio, símbolo da Medicina e sob ele uma letra romana V ("ve") envoltos por um hexágono. Novamente vemos aqui um símbolo que representa os lados positivo e negativo do Ocultismo, também podendo ser a representação tanto do céu como na terra, em cima e embaixo.
 
PSICOLOGIA
Um símbolo pra lá de interessante... dentro de uma elipse (círculo oval) está aqui mais uma variação do Caduceu. Mas aqui a representação da elipse é o espelho, ou seja a alma. O Caduceu numa versão um tanto interessante, pois não temos aqui um bastão e sim algum tipo de suporte ou base com dois "chifres" saindo deles formando assim um tridente. Que por sinal é símbolo de Poseidon, Rei das Águas, e água relacionada com que?? Heim? Com a cura.
Olhe como as serpentes ficam bem de frente como se fossem o reflexo uma da outra.
 
ODONTOLOGIA
O símbolo é só uma adaptação do Bordão de Esculápio. As mudanças ficaram para o bastão que foi substituído por um pedaço de madeira com a ponta de baixo mais fina que a ponta cima, lembrando assim um dente. A serpente para variar está presente.

DIREITO
Aqui sim há aquela grande confusão. Muitas divergências existem sobre quem realmente é a Deusa que representa o símbolo do Direito. Nesta simbologia vemos uma deusa segurando uma balança e uma espada. Com a mão direita segura a espada e com a esquerda uma balança com dois pratos.
 
As versões começam por Dikê, deusa filha de Zeus e Thémis. Thémis é a deusa guardiã dos juramentos e das leis dos homens, portanto relacionada com o Direito e à Justiça. Dikê é a deusa do julgamento e da justiça, vingadora de violações das leis. Na mitologia romana sua correspondente é a deusa Iustitia.
 
A espada aqui representa a força e a balança representa a igualdade de direitos. Dikê é representada com olhos bem abertos, enquanto Iustitia dos romanas com olhos vendados.
Há até quem diga nesta confusão que a Deusa seria Atena, por ser esta a Deusa da Justiça. Mas está é a deusa da justiça sim, mas nas guerras e nas disputas.
 
Aliás qual seria a deusa então? Dikê, segundo estudiosos de Direito, apesar de muitas assimilarem Thémis. Talvez pela associação de Dikê coma vingança como meio de fazer justiça.
 
ZOOTECNIA
Poe exemplo a Zootecnia atual assimilou um símbolo composto por uma engrenagem e dentro desta a letra Z e um trevo de três folhas (também considerado um presente dos deuses oferecidos com símbolo de graças, não que a Zootecnia assimile este conceito, não tenho esta informação).
 
ENFERMAGEM
Uma lâmpada (aquela do Aladin mesmo, não a incandescente que usamos) envolto por umaaa..... serpenteeee. No meio a Cruz de Malta, antigo símbolo da Medicina. Já a simbologia da Lâmpada eu nem faço ideia o que quer dizer.
 
PORQUE A SERPENTE?
Bom mitologias em volta deste animal não faltam. Mas no caso das ciências diversas, relaciona-se com o mito do Deus Asclépio (Esculápio) onde ele mata um serpente com um bastão de madeira. No mesmo lugar onde matara a servente nascia outra no mesmo lugar (assim do nada), mas esta outra serpente trazia em sua boca uma erva que seria assim o antídoto contra seu veneno.
 
Uma das simbologias do Bordão de Esculápio da Medicina, pelo fato da serpente ter a ponta do rabo virado para o lado esquerdo já na parte de baixo no fim do bastão e a cabeça dela virada para o lado direito no topo do bastão, tendo a serpente como símbolo da morte e até mesmo da sobrevivência em sua simbologia, podemos entender que esta posição da cobra refere-se também ao fato de um médico responsabilizar-se por seu trabalho desde o nascimento de um paciente até sua morte, do seu adoecimento até sua cura e por ai vai... gente pesquisem... é fantástico e pode acrescentar muito para nós na Magia em geral. É importante (muito mais para quem usa oráculos, sonhos e intuições) para entendermos muito mais o simbolismo das coisas... para que possamos melhor compreender aquilo que nos é passado através de sinais e simbologias.
FONTES: Wikipédia e sites diversos
 
RESUMO
Todas estas simbologias pagãs já causaram muito alvoroço em muitas profissões. Muitos evangélicos protestantes já reclamaram e já se negaram a usar estes símbolos como representação de suas profissões pelo simples fatos de suas origens pagãs, em especial Medicina e Direito.
 
Em minhas pesquisas me deparei com um médico evangélico protestou contra o uso (não ouvido, claro). Dizia ele que tais símbolos deveriam ser banidos das profissões, em especial da Medicina.
A verdade é que muitos se sentem incomodados, mas mal sabem que muito da cultura pagã antiga está tão fortemente impregnado em nossas vidas (inclusive na Bíblia judaico-cristã) que nem mesmo são mais notados.

BRUXARIA, KARMA E EVOLUÇÃO


BRUXARIA, KARMA E EVOLUÇÃO
 
 


 Há muito tempo venho vendo pessoas dizendo que karma e evolução espiritual nada tem a ver com Bruxaria, muito menos com Wicca. Porém são ao mesmo tempo muito falados por bruxos de muitos caminhos.

Quando falamos de karma (ou carma) no sentido esotérico (carma) dificilmente vemos espaço para ele na Bruxaria, porém o seu significado original, vindo da cultura hindu, tem tudo e mais um pouco a ver com práticas da Bruxaria e afins.

Não podemos misturar as definições assim como a confusão com Dharma também muito feita. O Dharma seria então apenas um opcional, pois se trata de uma doutrina de valores e comportamentos de forma ética e moral, ou seja, segue quem quiser, tanto que muitos seguidores das idéias de "karma" não se confraternizam com o "dharma".

Muito da cultura hindu se fundiu aos mais diversos ramos místicos, assim como religiões ditas místicas, pagãs e em especial às politeístas. Até mesmo na Wicca temos muito disso, pois não é raro o culto de divindades hindus por wiccanos.

Como podemos ver num texto de Scott Cunninghan, onde ele fala do karma, ele nos explica a questão da confusão feita com o termo:

"Existe um fenômeno que atua como auxiliar no aprendizado das lições de cada existência, o qual é chamado de carma. O carma e geralmente mal compreendido. Não é um sistema de recompensas e punições, mas sim um fenômeno que orienta a alma em direção a ações evolutivas. Destarte, se uma pessoa pratica ações negativas, receberá ações negativas em troca. O bem atrai o bem. Com isto em mente, sobram poucos motivos para praticar atos negativos.

Carma significa ação, e é desta forma que atua. Como uma ferramenta, não uma punição. Não há como "apagar" o carma, assim como nem todos os eventos aparentemente terríveis de nossas vidas são um subproduto do carma." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

Neste trecho ele nos fala bem sobre karma e inclusive cita sobre evolução. Em outro texto dele, ele nos fala mais de evolução a nível espiritual:

"Os Wiccanos enfatizam os aspectos brilhantes das deidades porque isto nos dá um propósito para crescer e evoluir aos aspectos mais elevados da existência. Quando a morte, a destruição, a dor e a ira surgem em nossas vidas (o que é normal), podemo-nos voltar para a Deusa e para o Deus e saber que isso é também uma faceta deles." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

E mais:

"Isto é de suma importância para o pensamento Wiccano: nós decidimos o desenrolar de nossas vidas. Não há deus, maldição, força misteriosa ou destino sobre o qual possamos atirar a responsabilidade pelos fatos de nossas vidas. Nós decidimos o que precisamos aprender para evoluir e, então, espera-se, durante essa reencarnação, trabalharmos em busca desse progresso. Caso contrário, regressamos às trevas." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

Em outro trecho ele nos fala algo que soa bem com minhas ideias sobre o assunto:

"Carma significa ação, e é desta forma que atua. Como uma ferramenta, não uma punição. Não há como "apagar" o carma, assim como nem todos os eventos aparentemente terríveis de nossas vidas são um subproduto do carma." (Guia Essencial da Bruxa Solitária)

Como citei em outra postagem, nem tudo é efeito que tem causa no que fazemos ou deixamos de fazer. Sobre evolução, Cunningham ainda nos acrescenta no mesmo livro:

"A pergunta final: o que ocorre após a última encarnação? Os ensinamentos da Wicca foram sempre vagos quanto a isso. Basicamente, os Wiccanos dizem que após subir a espiral da vida, morte e renascimento, as almas que atingiram a perfeição liberamse para sempre desse ciclo e coabitam com a Deusa e com o Deus. Nada é desperdiçado. A energia residente em nossas almas retorna à fonte divina da qual se originou."

Cito apenas Cunninham neste seu livro, por servir de base para muitos iniciantes e para muitos bem formados também, apesar de não agradar todos, suas ideias não diferem muito de outras publicações.

No tarot, por exemplo, temos representações que nos falam muito sobre evolução, como exemplo, a carta O Juízo Final.

Em um texto sobre Wicca da autora Karina Oliveira Bezerra em "Conhecendo a Wicca: princípios básicos e gerais" ela nos cita um trecho interessante:

"Todas as formas de vida são respeitadas na Antiga Religião. Tudo possui igual importância. A única diferença é que as coisas estão meramente em diferentes níveis de evolução dentro dos Quatro Reinos. Os humanos não são mais importantes do que os animais, que não são mais importantes do que as plantas e assim por diante. Vida é vida, não importa que forma física ela adote em um determinado tempo. Somos todos parte da mesma criação e tudo se conecta e se une." (GRIMASSI, 2002, p.42)

Aqui ela nos mostra as mesmas ideias expressadas nos livros de Cunninham. Muita gente, em especial alguns wiccanos, sentem-se chocados quando questões, pensamentos e definições vindas de religiões e culturas orientais são associados a Wicca, mas o que muitos esquecem é que a formação iniciática de seus fundadores se deu baseada em muitos conceitos orientais, assuntos que eram muito difundidos entre o século XIX e XX, sendo amplamente aplicados em diversas linhas religiosas pelo seu alto grau de espiritualidade, comprometimento devocional e coerência.

Outra coisa que choca muitos bruxos, em especial os wiccanos, é o fato de conceitos de ordem espírita difundidas por Allan Kardec estarem tão impregnadas no entendimento de muitos bruxos e místicos no geral. Na época das primeiras publicações espíritas na França e em outros locais da Europa, o Espiritismo surgia com modéstia entre muitas outras doutrinas e formas de pensamento, partilhava em grande parte dos espaços de discussões da época com assuntos ligados à religião (seja cristã ou não) que fugiam das formas de Catolicismo e de grupos protestantes (luteranos ou não).

Sendo assim, muito do que é hoje bem conhecido como Doutrina Espírita, difundida lindamente por vários outros divulgadores desde Kardec, teve muitos de suas práticas, ensinamentos e pensamentos filosóficos mesclados com várias outras formas de entendimento da época. Apesar de já um tanto distante da Inquisição, muitas coisas ainda eram estudadas, divulgadas e praticadas na escuridão e muito dependiam da companhia de outros grupos com outras formas de pensamento.

Muitos divulgadores de ensinamentos místicos e religiões (não Católicos) acabaram que compartilhando com outros seus conhecimentos e formando assim linhas de pensamentos e práticas que são hoje bem difundidas. Uma delas foi a Wicca, que apesar de focar na Antiga Arte, aderiu muito de outras culturas e ensinamentos.

Muita gente não conhece a história, mas na Turquia muito era praticado religião ocidental, em especial as influências romanas e gregas e tratando-se de Turquia, a influência oriental era muito forte (como ainda é hoje). O cenário turco era inclusive muito importante na época, tendo cultos próprios e onde se localiza o Templo de Artemis (o maior da época) que era na época uma das maravilhas do mundo antigo, localizado em Efeso, cidade antiga greco-romana, também conhecida por suas lutas de gladiadores.

A Wicca por si mesma, deixa muitas lacunas a respeito de muitos assuntos, talvez por isso muitos acabam buscando resposta em outras religiões e doutrinas. Gerard Brosseau Gardner era iniciado em muitos mistérios, inclusive em linhas orientais, tinha muito conhecimento e com certeza muito de sua formação religiosa e espiritual não foi difundida com a Wicca, assim como também Alex Sanders.

Na Bruxaria, vendo de uma perpectiva universal, muitas tradições tem optado pelo retorno ao termo Bruxaria apenas, ou no Inglês - "Witchcraft", deixando de lado a denominação Wicca por questões particulares, porém mais possivelmente pelo fato de buscarem em outras formas de práticas por ensinamentos esclarecedores ou de adaptação para complementar suas práticas bruxescas. Seja qual for o motivo, parece que a Bruxaria Moderna anda se modernizando ainda mais.