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sexta-feira, 9 de agosto de 2013



SACRIFÍCIOS RITUAIS

Vi gente falando que sacrifício ritual nada tem a ver com alimentar-se de carne. Verdade. Porém a pessoa aceitar ou não comer carne, muda completamente sua visão no que diz questão ao sacrifício. Não adianta um discurso de ampla defesa de tradições e práticas milenares quando a realidade é outra.

Há alguns séculos atrás sacrificavam humanos em áreas públicas, mulheres, crianças, idosos... e hoje ainda há quem faça isso em algum lugar do mundo. Nós evoluímos e não creio que esse discurso de "sou pagão e honro as práticas contidas nos mitos antigos", que em grande parte é incoerente. São pouquíssimas as pessoas hoje que não pratiquem uma espécie de reconstrucionismo supermoderno.
Muita gente que acha que o sacrifício é algo muito sagrado, jamais sacrificaria seu animal de estimação caso lhe fosse requisitado (só um exemplo, claro). Na antiguidade, um pai daria o sangue da sua filha se fosse um "pedido dos deuses". Sei que existem pessoas capazes, mas neste Paganismo atual em que vivemos... deve ser algo muito absurdamente raro mesmo!


Um cara no Paraná matou uma mãe-de-santo e mais algumas pessoas à facadas porque disse que Deus havia lhe mandado (enquanto ele já tentava matar a namorada). E muitos evangélicos bombardearam nas redes sociais apoiando a atitude, pois isto está na Bíblia (pesquisem). Isso não é sacrifício ritual, mas é sacrifício à divindade. Longe de mim julgar o que realmente foi o motivo da chacina. O que tira totalmente isso de que anti-sacrifício é coisa de cristão, porque a maioria protestante é contra o sacrifício em nome dos deuses dos outros... apenas.


Já falei muitos com evangélicos sobre isso e quando se trata do Deus deles, acham válido. Os católicos é que são mais arredios quanto a isso, mas é uma questão sociocultural, não religiosa. Os evangélicos que não aceitam é porque também possuem esse conceito sociocultural de que matar é ruim, que. Porque acham que houveram tantas mortes em nome da igreja cristã? Porque eram apoiados pelas escrituras. O conceito mudou socialmente e não por causa cristã.

Há a passagem "As feiticeiras não as deixeis viver!", porque era no contexto uma afronta a Deus (a feitiçaria). A única coisa que mudou, foi o sacrifício de cordeiros, apenas por relação deles com Jesus. Até mesmo no Judaísmo houve abandono da prática, apesar de ainda ser muito feito, assim como no Islamismo.

Não defendo o anti-sacrifício e acho que algumas energias só são acessadas assim, pelo sacrifício animal. Porém, quando falo em evolução, é no aspecto de melhorar, e se você consegue acessar aspectos de sua egrégora se desapegando da necessidade de um sacrifício, você evoluiu, melhorou em suas práticas. E as pessoas estão mau acostumadas em associar a evolução apenas ao espiritual. Evoluimos educacionalmente, fisicamente, psicologicamente, profissionalmente... as pessoas estão mau acostumadas a encarar evolução como algo cristão. Mas quem não evolui?

Na época em que sacrifícios eram algo tão necessário aos cultos, pessoas no norte da África e Sul da Europa temiam atravessar o Estreito de Gibraltar, no Mar de Alberão, leste do Mar Mediterrâneo, porque achavam que era o fim do mundo, era uma região apenas acessível pelos deuses, alguns achavam ser uma passagem ao submundo. Hoje as pessoas navegam tranquilamente sem medo. (Até que faz sentido, já que seguindo reto dá de cara com o Triângulo das Bermudas)

Dai porque os antepassados temiam navegar por lá, medo de parar no submundo, as pessoas hoje em dia, com as mesmas práticas religiosas e que seguem os mesmos ritos vão ter medo? Abandonaram a crença porque evoluiram, aprenderam... Assim é com o sacrifício, que embora válido e poderoso, pode ser abandonado. Hoje ainda é permitido, mas a tendência é ir sumindo ainda mais.

No Candomblé, onde nunca se encarou isso como tabu, hoje tem pais e mães-de-santo fazendo substituições porque acham desnecessários. Isso falo de pais e mães lá da Bahia, região onde pais e mães-de-santo são respeitados até pelos padres católicos. Acredito que a prática tende a sumir completamente, exatamente por questão evolucionária, negue quem quiser.

O que não tira o caráter sagrado que possui de quem o considera assim. Eu creio na sacralidade do sacrifício, mas também acredito na sacralidade do ato de abandonar a prática em nome de outra vida, e, não chamo isso de cristão e sim, de evolução, no sentido da capacidade de melhorar, desapegar, mudar e não de tornar-se melhor que o outro ou ser mais capaz do que o outro.

Na verdade tem muito pagão dizendo que a igreja cristã é uma igreja retrógrada, que não evolui, primitiva, bárbara e todo nome neste sentido, que deveria evoluir e abandonar essa tirania, que ficam vivendo às custas de textos escritos por homens há milhares de anos, mas não aceitam quando dizem que devemos evoluir no Paganismo e abandonar algumas práticas, apenas por acharem que o Paganismo é livre e democrático.


E detesto ter que ficar beirando defender causa cristã, mas é a realidade.


Mas são só opiniões minhas, viu gente, não me espanquem. Se falei besteira, me corrijam, por favor. rsrsrs

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